terça-feira, 29 de junho de 2010
quarta-feira, 23 de junho de 2010
rima
Gostava de ter alguma coisa apropriada para dedicar ao Saramago. Mas não tenho.
Já quando o Eça morreu me aconteceu a mesma coisa.
Que do medo se vive se sabe
e então bem pouco se sabe.
Mal acaba,
nada mais nos cabe.
Nem a morte.
Essa, coitada, só assusta
cada um de nós.
Nesse sólido compromisso
faz-se pouco e a contragosto.
O sabor, de tão omisso,
nem enjoa o suposto.
Já quando o Eça morreu me aconteceu a mesma coisa.
Que do medo se vive se sabe
e então bem pouco se sabe.
Mal acaba,
nada mais nos cabe.
Nem a morte.
Essa, coitada, só assusta
cada um de nós.
Nesse sólido compromisso
faz-se pouco e a contragosto.
O sabor, de tão omisso,
nem enjoa o suposto.
segunda-feira, 21 de junho de 2010
made in Fausto
No passado dia 19 convenci astuciosamente o comparsa Schepens a acompanhar-me ao CCB para vermos um grande concerto do Fausto. Teve bailinho, palminhas compassadas, gritinhos meus. Eu ia dizendo ao Hugo informações inúteis num tom paternalista e ele não me ouvia a fingir que sabia as letras de cor. Foi bom.
Ele cantou a música que aqui coloco, mas não há maneira de o pôr a cantar (ah, velho safado) a melhor música dele - ao longo de um claro rio de água doce.
Lembra-me um sonho lindo
quase acabado,
lembra-me um céu aberto
outro fechado
Estala-me a veia em sangue
estrangulada,
estoira num peito um grito,
à desfilada
Canta rouxinol canta
não me dês penas,
cresce girassol cresce
entre açucenas
Afoga-me o corpo todo
se te pertenço,
rasga-me o vento ardendo
em fumos de incenso
Ai como eu te quero,
ai de madrugada,
ai alma da terra,
ai linda, assim deitada
Ai como eu te amo,
ai tão sossegada,
ai beijo-te o corpo,
ai seara, tão desejada
Fausto
“Por Este Rio Acima“, 1982
Ele cantou a música que aqui coloco, mas não há maneira de o pôr a cantar (ah, velho safado) a melhor música dele - ao longo de um claro rio de água doce.
Lembra-me um sonho lindo
quase acabado,
lembra-me um céu aberto
outro fechado
Estala-me a veia em sangue
estrangulada,
estoira num peito um grito,
à desfilada
Canta rouxinol canta
não me dês penas,
cresce girassol cresce
entre açucenas
Afoga-me o corpo todo
se te pertenço,
rasga-me o vento ardendo
em fumos de incenso
Ai como eu te quero,
ai de madrugada,
ai alma da terra,
ai linda, assim deitada
Ai como eu te amo,
ai tão sossegada,
ai beijo-te o corpo,
ai seara, tão desejada
Fausto
“Por Este Rio Acima“, 1982
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